quinta-feira, 29 de março de 2012

Páscoa_2012


Páscoa é recomeço, é renascimento. Uma nova oportunidade para melhorarmos enquanto pessoas, aceitarmos as nossas diferenças e as dos outros, para sermos mais felizes por vermos que, hoje, somos um pouco melhores que ontem.

Como o blogue do CNO é multicultural, sendo seguido por leitores de várias partes do mundo, aqui fica a mensagem de Boa Páscoa nas diferentes línguas:
Happy Easter!
Felices Pascuas!
Buona Pasqua!
Joyeuses Pâques!
Glad Påsk!
Frohe Ostern!
Beannachtaí na Cásca
Καλό Πάσχα!
Христос воскрес!
复活节快乐

Exposição Fernando Pessoa

Sob a temática "Plural como o Universo", a exposição de Fernando Pessoa e Heterónimos, permitiu-nos conhecer um pouco mais a obra e personalidade complexa do autor.














Uma curiosidade acerca de Fernando Pessoa, Ofélia Queirós foi o seu único amor, à qual escrevia com frequência, como é demonstrativo nesta quadra:

O meu amor já não me quer
Já me esquece e me desama
Tão pouco tempo a mulher
Leva a prova que não ama


De personalidade extremamente reservada. Falava muito pouco da sua vida íntima; não tinha sequer o que se chama um amigo íntimo, há uma carta em que diz a Ofélia:«Não há quem saiba se eu gosto de ti ou não, porque eu não fiz de ninguém confidente sobre o assunto.»

Com quem ele se dava muito na altura, na casa de quem ia até jantar uma vez por semana, era o Lobo d´Ávila, que vivia na Praça do Rio de Janeiro, hoje Príncipe Real. De resto, eram só amigos do café.

Há várias frases de Fernando, que demonstram bem como ele era reservado. «Sinto preciso ocultar o meu íntimo aos olhares» e «Não quero que ninguém saiba o que sinto.»
O namoro entre Fernando e Ofélia durou assim até Novembro de 1920. A sua última carta data de 29 desse mês. Aos poucos, ele foi-se afastando, até que se deixaram de ver completamente.

sexta-feira, 23 de março de 2012

22 de Março - Sessão Ler+

Ontem foi noite de tertúlia dedicada a Fernando Pessoa e seus heterónimos, uma noite com sala cheia e animada ao som da música e poesias dos alunos de competências básicas. Contámos ainda com a presença da Drª Maria José Maia, que recitou poemas de Alberto Caeiro.
O formando, João Loureiro presentou o CNO com um belíssimo quadro de Fernando Pessoa pintado a óleo.
Foram lidas poesias de Alberto Caiero, Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Fernando Pessoa.
Em breve apresentaremos algumas fotografias dessa noite. Para já, deixo-vos uma pequena mostra das poesias de Fernando Pessoa.

Ricardo Reis

Para ser grande, sê inteiro...

Para ser grande, Sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a Lua toda
Brilha, porque alta vive.


Fernando Pessoa

Sei que nunca terei o que procuro
Sei que nunca terei o que procuro
E que nem sei buscar o que desejo,
Mas busco, insciente, no silêncio escuro
E pasmo do que sei que não almejo.



Sorriso audível das folhas
Fernando Pessoa


Sorriso audível das folhas
Não és mais que a brisa ali
Se eu te olho e tu me olhas,
Quem primeiro é que sorri?
O primeiro a sorrir ri.
Ri e olha de repente
Para fins de não olhar
Para onde nas folhas sente
O som do vento a passar
Tudo é vento e disfarçar.

Mas o olhar, de estar olhando
Onde não olha, voltou
E estamos os dois falando
O que se não conversou
Isto acaba ou começou?


SEGUE O TEU DESTINO
Fernando Pessoa


Segue o teu destino,

Rega as tuas plantas,

Ama as tuas rosas.

O resto é a sombra

De árvores alheias.


A realidade

Sempre é mais ou menos

Do que nós queremos.

Só nós somos sempre

Iguais a nós-próprios.


Suave é viver só.

Grande e nobre é sempre

Viver simplesmente.

Deixa a dora nas aras

Como ex-voto aos deuses.


Vê de longe a vida.

Nunca a interrogues.

Ela nada pode

Dizer-te. A resposta

Está além dos deuses.


Mas serenamente

Imita o Olimpo

No teu coração.

Os deuses são deuses

Porque não se pensam.



O INFANTE
Fernando Pessoa

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,

E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te portuguez..
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!



MAR PORTUGUÊS
Fernando Pessoa

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.


SAUDADE DADA
Fernando Pessoa


Em horas inda louras, lindas
Clorindas e Helindas, brandas,
Brincam no tempo das berlindas,
As vindas vendo das varandas.
De onde ouvem vir a rir as vindas
Fitam a fio as frias bandas.

Mas em torno à tarde se entorna
A atordoar o ar que arde
Que a eterna tarde já não torna!

E em tom de atoarda todo o alarde
Do adornado ardor transtorna
No ar de torpor da tarda tarde.

E há nevoentos desencantos
Dos encantos dos pensamentos
Nos santos lentos dos recantos
Dos bentos cantos dos conventos...
Prantos de intentos, lentos, tantos
Que encantam os atentos ventos.



ALBERTO CAEIRO

Sou um guardador de rebanhos.

O rebanho é os meus pensamentos

E os meus pensamentos são todos sensações.

Penso com os olhos e com os ouvidos

E com as mãos e os pés

E com o nariz e a boca.

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la

E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor

Me sinto triste de gozá-lo tanto,

E me deito ao comprido na erva,

E fecho os olhos quentes,

Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,

Sei a verdade e sou feliz.



ALBERTO CAEIRO

Leve, leve, muito leve,

Um vento muito leve passa,

E vai-se, sempre muito leve.

E eu não sei o que penso

Nem procuro sabê-lo.



ALBERTO CAEIRO
Passa uma borboleta por diante de mim

E pela primeira vez no Universo eu reparo

Que as borboletas não têm cor nem movimento,

Assim como as flores não têm perfume nem cor.

A cor é que tem cor nas asas da borboleta,

No movimento da borboleta o movimento é que se move,

O perfume é que tem perfume no perfume da flor.

A borboleta é apenas a borboleta

E a flor é apenas flor.




ALBERTO CAEIRO
Passou a diligência pela estrada, e foi-se;

E a estrada não ficou mais bela, nem sequer mais feia.

Assim é a acção humana pelo mundo fora.

Nada tiramos e nada pomos; passamos e esquecemos;

E o sol é sempre pontual todos os dias.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Sessão de Júri de 21 de Março



Hoje realizou-se nova sessão de Júri de certificação, parabéns a todos!

Sessão de Júri de 20 de Março




Parabéns aos candidatos certificados e à equipa.

quinta-feira, 8 de março de 2012

8 de Março - dia internacional da Mulher


Hoje é o Dia Internacional da Mulher. Aqui fica a merecida homenagem a todas as mulheres.



sexta-feira, 2 de março de 2012

Nova sessão Ler+




‎A 22 de Março vai realizar-se uma nova sessão Ler + aqui na biblioteca da ESAN, às 19h! Antecipámos a sessão porque na última 5ª feira do mês estamos em interrupção letiva da Páscoa.
Neste dia o tema é: vida e obra de Fernando Pessoa, já que no dia seguinte vamos "estar" com Fernando Pessoa na fundação Calouste Gulbenkian.
Como sempre, contamos com a sua presença!